PALAVRAS DE VIDA ETERNA
Sinodo sobre a Nova Evangelização
Resumo da intervenção do Prelado do Opus Dei no Sínodo dos Bispos

D. Javier Echevarría Rodríguez, Bispo titular de Cilibia, Prelado da Prelatura Pessoal do Opus Dei, durante a Sétima Congregação Geral para a continuação das intervenções dos Padres sinodais na Aula, sobre o tema sinodal «A nova evangelização para a transmissão da fé cristã».
O povo de Deus deseja que os bispos e os sacerdotes sejam mestres de santidade, justamente porque a procuram todos os dias, atravessando a vida sacramental e o seu ministério. Devem ser homens que rezam com fé, que amam apaixonadamente o Sacramento da Eucaristia e o Sacramento da Confissão e os vivem com piedade sincera, para se enriquecerem com as graças e poderem, deste modo, ser portadores da Boa Nova aos outros sacerdotes e a todos os fiéis. O recurso a estes meios instituídos por Jesus Cristo para poder identificar-se com Ele faz com que os fiéis, ao escutar os Pastores, escutem o Senhor e ao vê-los rezar se sintam, por sua vez, levados a rezar. Se vêem que eles recorrem com frequência à Confissão, irão também receber o perdão sacramental.

É também útil meditar no exemplo de muitos santos, como o Cura d’Ars, São Pio de Pietrelcina ou São Josemaría Escrivá, e o do mais recentemente Beato João Paulo II. Como recordou Bento XVI, eles deixaram um exemplo vivo de amor ao Sacramento da Penitência e podem reforçar a consciência do dever de ser Bons Pastores, que sabem dar a própria vida pelas suas ovelhas. Se se exorta também os presbíteros a sentarem-se no confessionário habitualmente, muitas almas irão lavar as suas culpas e, desse ministério, florescerão vocações para o seminário e para a vida religiosa e vocações de bons pais e mães de família.

É também interessante cuidar as homilias do ponto de vista doutrinal e com dom de línguas. Para muitos fiéis a Santa Missa dominical, com a correspondente Homilia, é a única ocasião para escutar a mensagem de Cristo. Com um compromisso sempre renovado, a pregação será muito mais eficaz, sobretudo, se for também dirigida à própria alma de quem prega: se se vive o que se diz e se se prega o que se vive.

D. António Couto, Bispo de Lamego

D. António Couto, Bispo de Lamego, entrevistado durante o Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização

A Igreja de ontem, de hoje e de sempre, deverá possuir os traços do rosto de Jesus Cristo. Deve, por isso, ser filial, fraterna, afectuosa, próxima e acolhedora, como bem a representou o beato Papa João Paulo II na Catechesi tradendae [1979], n. 67, e na Christifideles Laici [1988], n. 26. Deverá ter a dinâmica das primeiras comunidades cristãs, como o autor do livro dos Actos dos Apóstolos as apresentou: permanentemente atentas à Palavra de Deus, à comunhão, à fracção do pão e à oração (2, 42-47; 4, 32-35; 5, 12-15), átrio permanente da fraternidade aberta ao mundo, de modo a ser e a espelhar uma Igreja jovem, ágil e bela, tão jovem, ágil e bela que as pessoas lutarão para entrar nela.
Deverá ser, para além disso, uma Igreja anunciadora, completamente vinculada ao seu Senhor, não seduzida pelas novidades da última moda, mas bem consolidada na fidelidade ao seu Senhor, que se traduz no dom total de si, num estilo de vida pobre, humilde, despojado, feliz, apaixonado, audaz, próximo e dedicado. Sim, temos necessidade de anunciadores do Evangelho sem ouro, prata, cobre, alforge, duas túnicas… Sim, é de conversão que falo, e pergunto-me: porque é que os Santos lutaram tanto, e com tanta alegria, para serem pobres e humildes, e nós esforçamo-nos tanto para sermos ricos e importantes?

Há um apagão na Igreja: D. António Couto, em Roma para o Sínodo

Texto integral da intervenção sinodal de D. Manuel Clemente

A mobilidade da população acrescenta ao conhecido êxodo do campo para a cidade a facilidade de comunicações diárias entre vários locais, com pontos sucessivos de fixação ou passagem, por razões de trabalho ou repouso (week end). A opacidade pode advir da maior densidade das “realidades temporais”, quando absorvem a atenção imediata e as intenções a médio prazo, não abrindo facilmente ao horizonte espiritual e religioso. Generaliza-se, assim, o secularismo pessoal e ambiental.
Estas circunstâncias trazem problemas relativamente “novos” à evangelização, ao menos pela intensidade com que se colocam. Comunidades que já foram mais estáveis, como as famílias e as paróquias, em que o conhecimento de Cristo e a vida cristã se transmitiam com alguma normalidade, já não subsistem assim, nem integram facilmente os seus membros, em especial os mais novos.